Petrobrax

Às vezes parece até provocação. Pois não é que Inácio ontem afirmou que os campos petrolíferos são um sinal de deus? Bem, não vou nem entrar na questão que um campo petrolífero é sinal de óleo e nada mais, e sim na questão religiosa, novamente. Essa é uma mistura muito perigosa. Misturar política com qualquer coisa já não é bom, com religião é ainda pior. Os exemplos que a história mostra são terríveis e mais o detalhe do governo eleito Lula estar cada vez mais distante do poder e o Inácio mais perto, é desconcertante. Isso tudo não pode dar certo. A coisa da religiosidade do povo é reflexo direto do desenvolvimento do país. Vejam os bolivianos, por exemplo, católicos fervorosos apesar de reverenciarem Pachamama, e comparem com os noruegueses ou belgas. É direta a relação: quanto maior as crendices menor o desenvolvimento da nação. Imaginem com estímulo! Então, uma descoberta no subsolo oceânico, a quilômetros de profundidade, deve ser mostrada como uma vitória tecnológica, como um avanço da pesquisa, da ciência, e não como um sinal divino. O povo, sabe-se, crê. Se o senhor Inácio vai a TV e diz que é uma mensagem do além, realmente será, pelo menos para a maioria. E, até que provem contrário, deus não procura petróleo. Por isso, e até por respeito aos ateus que votaram também, não acho saudável que uma descoberta feita graças a competência de uma empresa estatal, seja atribuída a quem quer que seja. Se o povo já é crente e vulnerável sozinho, imaginem com ajuda oficial. Nesse ritmo, o caboclo ao invés de mandar o filho estudar, vai obrigá-lo a ficar rezando. Brasil: ame-o ou deixe-o. Chego a lembrar desta fase. Ainda continuo pensando que, ideologicamente, eu estou no mesmo lugar e quase tudo indo perigosamente à direita, mas...
Enfim, parabéns aos técnicos e pesquisadores pela descoberta.



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