Existem assuntos que a minha posição é clara. Caso me perguntem o que acho em uma dessas situações, respondo rapidamente e sem rodeios: Não sei. Essa é a transparência. São coisas que não sei e não tenho opinião formada a respeito e, portanto, não tenho como opinar, pelo menos com honestidade. Uma dessas inquietantes questões é a tal Bolsa Família. Ou Bolsa Escola, ou Vale Gás, ou qualquer coisa do gênero. Isso é bom para o povo que o recebe? Não sei. É bom para o povo que paga? Não sei. Mas vou especular.
É certo que um país continental como o nosso não pode permitir que o povo passe fome. É certo também ser inadmissível que uma criança sequer fique fora da escola. Mas é certo um governo paternalista? Enganarem a fome com uma verdadeira esmola? Mandarem os filhos para o colégio por dinheiro? Este tipo de ação governamental me lembra muito o tempo da ditadura. Não acredito que dar dinheiro a alguém seja benéfico, ainda mais pelo próprio governo, responsável em dar - isto sim - saúde, educação, lazer, condições de trabalho e, como conseqüência, comida. Este atalho pode ser perigoso. Pode trazer surpresas inaceitáveis e, numa análise mais pessimista, até mesmo belicosas.
Outro aspecto a analisar é onde realmente este dinheiro é gasto. No início desta semana, andei por duas horas por diversas vilas e favelas de Porto Alegre e fiquei impressionado com o que vi: das 10 hs da manhã ao meio dia, em praticamente todos os barracos, havia no mínimo dois adultos em idade produtiva sem fazer absolutamente nada. Na verdade, alguns tomando chimarrão, sentados em frente de casa, e outros tomando cerveja.
Quem está pagando esta gelada? Por que estes sujeitos sairão de casa para procurar trabalho se tem o que - pelo menos parece - precisam? Se anseiam somente comida e eles a tem de graça, por que fazer algum esforço?
Não seria melhor fornecer, ao invés do dinheiro, a própria comida? Ou exigir que fiquem um dos turnos assistindo alguma aula de um curso técnico?
Não sei, não sei. Mas creio que algo está errado. Não adianta eu tentar aprender cálculo integral antes de saber a tabuada. É como se numa partida decisiva de futebol fossem direto aos panaltes, pulando o jogo. Repito: este atalho é perigoso. Não existe solução mágica e muito menos instantânea para 500 anos de falcatruas e más administrações.
Se eu tivesse poder, certamente faria de tudo para que o povo não passasse fome, mas também faria de tudo para não errar na forma de executar isso.
Tenho mais uma dúvida que é também um medo: e se a intenção não for somente fornecer as necessidades calóricas? Tenho certeza que o Lula (em quem votei) não pensaria em nada parecido com isso, confio nele. Mas no Inácio (o que governa), sei não. Ele tem andado com uma gente estranha estes últimos anos.
3 comentários:
Hum...Eu também não sei não...mas também posso especular rsrs. O melhor seria criar empregos, dar educação para cada umpoder andar com as próprias pernas, ou como você disse, em vez de apenas a criança estar na escola, que fornecessem ensino para a família. Mas acho que não é do interesse do governo educar ninguém, assim, na ignorância, é masi fácil de manipular.
Abraços.
Fábio.
eu acho que tem que criar a bolsa cachaça... e depois a bolsa torresmo...
muito mais produtivo.
Cruela, no bolsa torresmo eu me candidato.
hehe
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