Poesia numa hora destas?



Pois meu professor de oficina literária, Charles Kiefer, (merecidamente patrono da 54 Feira do Livro de Porto Alegre), mandou há pouco uma poesia de Hilda Hist. Gostei tanto que tomei a liberdade de reproduzi-la aqui:


Do Desejo

 

E por que haverias de querer minha

alma

 

Na tua cama?

 

Disse palavras líquidas, deleitosas,

ásperas

 

Obscenas, porque era assim que

gostávamos.

 

Mas não menti gozo prazer lascívia

 

Nem omiti que a alma está além,

buscando

 

Aquele Outro. E te repito: por que

haverias

 

De querer minha alma na tua cama?

 

Jubila-te da memória de coitos e de

acertos.

 Ou tenta-me de novo. Obriga-me.



3 comentários:

CARLA ROCHA disse...

Muito obrigada por sua visita em meu blog! Muito, muito interessante o seu! Hilda Hist:me fez lembrar uma frase de outra poesia dela:
"Porque há desejo em mim. É tudo cintilância." (Do desejo)
Muito bom! Grande abraço!

Robson Schneider disse...

Subtextos são fundamentais... as vezes eles parecem ter vida própria.
Abraço meu amigo.

O tom hermético é de propósito!

Felipe Lima disse...

Fantástica Hilda!