Outro dia disseram que sou exagerado. Na mesma hora pensei: que absurdo é esse? Nunca ouvi nada tão irreal. Me chamarem de exagerado é certamente a maior injustiça do mundo. Àquelas palavras entraram em meus ouvidos como se fossem flechas incandescentes embebidas no mais doloroso veneno e, então, imediatamente concluí: não é que sou mesmo?
Mas a questão é a seguinte: uma atriz perfeita em uma interpretação magnífica, um elenco todo de primeira linha com atuações excelentes com dois ou três destaques positivos, um cenário de uma beleza incomensurável, uma história rica, triste e engraçada ao mesmo tempo, 52 milhões de dólares e uma trilha fantástica são fatores suficientes para se fazer um bom filme? São. E com
todos estes "detalhes" não fizeram somente o bom, fizeram o ótimo, o excelente. Mamma mia entra definitivamente para minha lista dos dez melhores filmes que já vi ( esta lista é um tanto diferente e necessariamente freqüentada pelo que ando vendo de melhor. Ela é versátil e se modifica constantemente e nunca nenhum filme sai, somente entra, por isso tem mais participantes do que o título anuncia ) e quase entra na dos três melhores ( outra lista também um tanto diferente, onde para um entrar outro tem que sair. Atualmente ela é composta por Pulp Fiction, Inconscientes e o Império do Sol).
O musical começa alegre e termina mais alegre ainda. A excelente música do Abba não deixa a peteca cair durante a quase uma hora e meia que mais parecem alguns minutos. Meryl Strip está simplesmente adorável e linda. Parece uma menina. Sempre afirmo que é garantido em musical bons atores, mas Mamma mia abusou. Não há nenhuma interpretação distoante pelo lado negativo. Colin Firth ( o eterno namorado da Brigit Jones) tem uma atuação estupenda. A lindíssima Amanda Seyfried está estonteamente bela. Enfim, nenhum compromete e todos somam.
Não à toa foi a maior largada de um musical no final de semana de estréia alcançando mais de U$ 27 milhões na bilheteria. Não causa surpresa, apesar do gênero não ser dos mais populares.
Minha vontade é contar toda a trama, detalhe por detalhe, música por música, mas não vou ser tão desagradável assim. Sequer vou dissertar sobre detalhes técnicos. Nada deve ser adiantado. O máximo que vou dizer é: vejam o que deve ser o melhor musical de todos os tempos. ( Se eu tivesse uma lista de musicais ele estaria lá). É um imperdível momento de graça que a humanidade consegue produzir. O mesmo povo que faz algo tão singelo e belo não pode ser mau. Saí do cinema mais confiante, mais esperançoso, mais feliz.
Áh, isso tudo sem exagero algum.
12 comentários:
valeu pelo comentário, beto. sobre o cinema, vou escrever sim. to tomando coragem. assisto muitos filmes, mas na hora de escrever sobre eles, a pena treme. Não sei, estou estudando a coisa e acho que é um lance de começar e fazer mesmo. mais ou menos como vc faz: vê um filme e escreve sobre ele. isso é o mais importante. valeu!
valeu pelo exemplo positivo e pela força!
abraço, Zé
É o segundo comentário totalmente relevante sobre esse filme, engraçado gostei de todos os que tiveram o Abba como trilha sonora, de "Muriel a Priscilla", vou correndo assistir pois meus dias atuais clamam por diversão inteligente.
Meryl Streep é genial, pois além de ser "A atriz" canta muito bem, só não curto muito o Pierce Brosnan, não agüento aquela pose de ,"bonitão de plantão", talvez seja involuntária ou canastrice pura, ou puro preconceito meu, mas enfim não me agrada.
Abraço Beto
Robson, na verdade ele sofre da síndrome de 007, mas não chega a comprometer no filme. Se bem que, na cena que considero a mais fantástica, ele fica meio "deslocado" com a Meryl cantando e interpretando em sua frente.
Zé, este é um bom filme para um exercício. E realmente imperdível.
Tô começando a acreditar que existe forte correlação entre gostar (muito) de Mamma Mia e ser uma pessoa "gente fina"... Resultado extraído de uma despretensiosa enquete cotidiana entre amigos e conhecidos... hehehe.
Beijos pr'oceis.
O filme é realmente bom. Sem nenhuma trama diabólica, nem acontecimentos bombásticos é um filme que faz rir e chorar e melhor, faz o que só um bom filme consegue: nos permite viajar durante bons 90 minutos.
Angela
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Sobre teu post de hoje:
Cara, adoro musicais.
Mesmo.
Muita gente não gosta, mas eu acho o máximo.
Vou ver sim.
E quanto a ser exagerado, sorte de quem é.
E azar também.
Porque sentem tudo de um jeito tão arrebatador que chegam a tontear.
Ou deveria dizer, chegamOS a tontear?
Hehehe, não que eu seja, imagine.
Bem capaz.
Hahaha.
Abraço.
:)
Beto, desta vez não me convences. O meu preconceito bate muito (demasiado forte). 1º, não vou à bola com muiscais. 2º, os Abba causam-me náuseas (reflexo juvenil condicionado). Nesta sequência de ódios de estimação nasce um preconceito mais peludo que a peitaça do Pierce Brosnan (que também me irrita bastante e me parece um actor de 3ª categoria). Nunca será um filme da minha lista porque não irei vê-lo. Chega-me bem o trailer... para me deixar a coçar a nuca de irritação. Não há nada a fazer. É preconceito mesmo!
parabéns pelo teu texto, é exagerado de bom, igual música.
obrigado pelo comentário e volte sempre.
sorte, luz, blogue e música, para você e todos os seus queridos!
Silvares, jogo sujo: te desafio a ver o filme e qdo a Maryl canta frente ao 007 qdo sua filha vai casar e tu permaneças impassível, ainda odiando o Abba. Hehe... é impossível. Mas, claro, gosto não se discute, realmente.
Afobório, tu és exageradamente bondoso em tua análise.
Jana, tudo arrumado e bem vinda aos exagerados s.a.
Lu e Ângela, minha cantora e minha psicóloga preferida, em qualquer ordem: opiniões parecidas são raras. Hehe.
A proposta de Mamma Mia nunca me atraiu, confesso. Mas depois de uma crítica tão apaixonada até me senti estimulado. Acho que vou ver. Abraço.
Ai, ai, Beto, só aceitarei esse desafio se alguém me puser esse filme no leitor de DVD sem que eu perceba muito bem o que está a contecer. Exagerei um pouco mas não gosto mesmo de musicais e dos Abba, meu Deus, é melhor não falar nisso...
:-)
Hehe... tens razão Silvares. Não há como, nem por que, discutir gostos. Salgado pra um, doce pra outro. Ainda bem.
Abração, amigo.
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