Vida, excelente boa vida!

A vida é uma coisa fantástica. Absolutamente magnífica. Estonteante.
Não fazia nem 24 horas que eu havia lançado A vida que não vivi, na Bienal do Rio, e já me sentia recompensado. A literatura já era, para mim, algo que valeu a pena. Hoje, a partir de agora, se eu não receber mais nenhuma crítica, boa ou ruim, se eu não autografar mais nenhum livro, já me considero um feliz escritor. Plenamente recompensado.
Estou na minha própria Academia de Letras. Cheguei ao auge da satisfação literária.
Explico.
O lançamento foi muito legal, acima de minhas expectativas. Cercado de gente que ainda não conhecia, me senti como se estivesse em casa. Vários abraços carinhosos, algumas referências as minhas resenhas cinematográficas, livros vendidos, enfim, um clima bacana que me deixou cheio de orgulho. Até aí, entretanto, tudo normal e maravilhosamente gratificante. Mas o melhor estava um pouco além. Bem pouco.
Cansaço, atrasos da companhia aérea, preços achacantes nos aeroportos, nada diminuía minha vontade de que meu menino Tomás visse o livro. (Eu mesmo o conheci impresso somente no Rio). Cheguei em casa e imediatamente abrimos a mala, retirei um exemplar, ele olhou com atenção a capa, sorriu, abriu uma página, duas, e, na terceira, estava a dedicatória: "Ao Tomás, que tanto me ensina". A reação dele foi só uma. Abraçou-me com força, durante quase um minuto, sem deixar que eu me afastasse. Depois, encarou-me com os olhos cheio de lágrimas e falou baixinho "muito obrigado, meu pai". Quando me desvencilhei, saí correndo fazer o que faço agora: chorar. E assim fiquei por toda a noite, até os olhos incharem como se eu estivesse com conjuntivite. Antes dele dormir, repetiu o abraço ainda mais forte e mais longo, este acompanhado de um silêncio maravilhoso, cúmplice.
Enfim, obrigado literatura, por ter proporcionado, já no primeiro momento de livro publicado, o dia mais feliz da vida que vivi.
Obrigado, Tomás! Muito obrigado, meu filho!



13 comentários:

Anônimo disse...

Beto!
Parabéns!!!
Lindo o que escreveste e adivinha o que estou fazendo agora, depois de ler e ver a foto do Tomas???
Chorando, mas de alegria, de felicidade!
Naine

Ricardo Valente disse...

Só quem tem filho, Beto... me emocionei daqui.

Fabiano Silva disse...

Talvez a literatura, com suas viagens, suas loucuras, seus absurdos, seu cotidiano, suas histórias... seja um dos caminhos para a felicidade...
Novamente parabéns por um conquista merecida. Num país como o nosso, lançar um livro, e ainda ser lido, é algo grandioso. Supremo até.
Num país de analfabetos culturais. Onde leitura se resume a revistas de fofocas e piadas de jornal ,onde cultura e informação se baseiam em programas de auditorios e Big brothers, você é um herói.

Sueli Maia (Mai) disse...

Oh! Meu amigo que coisa linda!
Estou certa de que o Tomás será um Super Pai porque ele tem um pai assim e ele é um super filho.
.
Princípio é isto, ética, valores, se ensina e se aprende assim.
Estou certa que o Tomás também, jamais esquecerá este dia.

Você me emocionou novamente.
Então eu te aplaudo mais uma vez.
Obrigada e parabéns pelo livro, pelo filho e pelo pai que és.

Abraços,

Jana Lauxen disse...

Chorei contigo, meu amigo.
E manda um beijo pro Tomás; ele é um guri de muita sorte.

Abraço meu!
;)

Anônimo disse...

olá.

velho, porra meu. saca, esse teu livro é como tu, grande, imenso.
teu filho deve ser igual a ti, genial, cheio de espírito. um abração pra você, e pro teu bacuri também.
agora meu velho, vamos correr atrás dessa divulgação, tamo junto velho.
por que enquanto você escreve, o mundo responde, porra. esse é aquele selo que não existe, Blogosfera, no poder!

e manda os detalhes para a compra, pro meu e-mail ou pro da jana, a gente quer um, com autógrafo e tudo, hahahaha.

sorte e luz, sempre.

Zingador disse...

Meu pai do céu... os olhos cheios de lágrimas... não, estou desatando em lágrimas. Nossa! Como fico feliz por você meu querido, e algo que posso dizer com a maior convicção: tu és realmente um cara muito bacana e merece o filho que tem. Vamos a frente com a literatura, com a vida, com as emoções. Grande abraço

Leandro Noronha da Fonseca disse...

que demaaaais, lindo lindo.

Carla Rossa disse...

Não tem como segurar. Choremos, então. Beijos pros 3. Sucesso com os livros, pq com o filho já tens o Nobel.

Mestre Aea disse...

Nessas horas, vale todo o esforço. Parabéns, Beto!

Letícia disse...

Eu já havia lido e me vi em seu lugar. Meu filho Pedro me ensina mais coisas que qualquer outra pesssoa nessa vida.

E sempre parabéns, Beto. =)

Laura Peixoto disse...

Bacana mesmo! Postado no blog!
bj e sucesso!

Silvares disse...

Ai, caramba!