Tem coisas que são difíceis de fazer, pelo menos bem feito. Não por complexidade ou por dificuldade técnica, mas pelo risco de cometer injustiças. E um exemplo disso são os agradecimentos.
Tenho um amigo e compadre que usa uma tática interessante para pedir algo a sua esposa. Ele a olha com um jeito humilde, desprogetido, e fala - baixo e de maneira afetuosa - com as palavras absolutamente coladas, sem intervalo algum entre elas, num espasmo só, com o agradecimento junto:
- Queridaporfavormetrazumacervejaobrigado!
Genial. É claro que ele recebe sua cerveja em mãos. Como recusar um pedido desses? O "obrigado" no final condiciona que aconteça. Ele já está lá, já existe, antes mesmo da ação que o geraria. Como não fazer? Como permitir que uma palavra tão linda e educada seja uma mentira? Seria muita crueldade, muita insensibilidade.
Pensei em usar esta tática para o lançamento do meu livro: "Oiestáconvidadoparairaomeulançamentoobrigadopelapresença!" Áh, o sucesso! Quem não iria se a presença já estivesse anunciada e com os devidos agradecimentos? Junto com minha gargalhada maquiavélica e sinistra ao fundo, imaginava a fila de autógrafos imensa, as pessoas impacientes para chegar na minha frente. Nossa, como é bom isso tudo.
Lembrei também de (não recordo quem foi) um grande escritor dizendo que a solução para fila de autógrafos era o tempo. No mínimo cinco minutos para cada dedicatória. Ou seja, se tivessem dez pessoas (só mãe, pai, tia, primos já alcançam esse número), o evento já duraria uma hora. E a fila ali, fiel e consistente, como uma pequena muralha.
Perfeito. Vou (novamente a gargalhada) usar as duas táticas. Não tenho o que temer.
Pois chegou o dia do lançamento, que foi ontem. Um sucesso. Pessoas que gosto muito, pessoas que admiro, pessoas que são amigos há décadas, pessoas que eu não conhecia, uma verdadeira festa, afinal. Fiquei "todo bobo".
E sabe o mais interessante de tudo? Não usei nenhum das táticas infalíveis. O segredo foi confiar em gente competente, como a jornalista Carla Rossa (que fez um magnífico trabalho de assessoria de imprensa), Sabrina Lindemann e Angela Ruschel, para que tudo desse certo. Mais que certo. Para que tudo fosse ótimo.
Mesmo correndo o risco de cometer alguma injustiça, enfim, meu muito obrigado a todos os que compareceram, aos que avisaram que não poderiam ir, aos que não conseguiram ir e a essas três aí de cima.
Um dado curioso: entre todos, apenas um parente. "Unzinho" só, mas que me deixou muito feliz.
Viva a literatura!
13 comentários:
Beto,
Fico tão feliz por você e não vou me alongar por aqui pra não ficar piegas.
Acho que a justiça também caminha por esses lados. Você publicou seu livro (Muito bem publicado, devo dizer), tem talento e merece. Se fosse assim para todas as pessoas que trabalham com afinco e acreditam que podem fazer a diferença, o mundo seria mais que perfeito.
E acho que fui piegas. =)
Meus parabéns, Sr. Escritor.
Parabéns, Beto! Fico feliz com o seu sucesso que, tenho certeza, será crescente.
Alexandre Coslei
Fico muito feliz por você e sinto não ter podido estar aí. Sucesso!!
Beijo
Carpe Diem!!
Beto!
Parabéns pela publicação de "A Vida que Não Vivi". Fico muito feliz por ti. Sucesso!
Vera Breda
ai deve ter sido tão bom bom bom!!!
quero ver fotos, coloque fotos beto!!!!
=D
Foi um prazer, que venham os próximos! beijo, sucesso.
Parabéns, Beto. Quarda um exemplar pra mim. Mês que vem, grana na mão. Abraço.
O evento foi um sucesso! E o livro também será. Foi sensacional participar de todo esse processo: ver a construção do livro, os pequenos aprimoramentos, o amadurecimento - da ansiedade da obra pronta a chegada do 1° exemplar. Certamente esse é um pedaço "de vida bem vivida" ...
Parabéns!
Angela
Caro amigo Beto
Reitero o meu comentário anterior de que este livro é um sério candidato ao prêmio Jabuti 2010. O livro é realmente muito bom. Grande abraço e sucesso sempre.
É amigo.
Faço questão de dar meu testemunho. O livro é realmente muito bom.
Beijos, querido.
Mais sucesso, muito mais...
vc. merece.
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