Comentário dos comentários

Somos, no mínimo, interessantes. Fico embasbacado como uma mesma raça produz indivíduos tão diferentes. A variedade de personalidades, estereótipos e aspectos físicos entre nós são incomensuráveis. Somos estetas e desleixados, inteligentes e burros, bons e maus e todo o resto; seres únicos a povoar nosso estragado planetinha. Pertencemos a uma mesma civilização, mas somos bilhões de estranhos. Nossos dois olhos, dois braços, vinte dedos e tudo mais tão perfeitamente semelhantes, formam pessoas completamente distintas. É fantástico.
Falo isso porque fiquei um tanto impressionado com três comentários de uma postagem aqui do blog, Minha Fé, Minha Salvação. Um deles chama o texto de chato. Eu concordo. Não é nada muito promissor mesmo. O leitor expressou-se de uma maneira estranha, quase ofensiva. Natural, eu diria, pois o conteúdo do que foi escrito pode ofender muita gente. Não vejo problema algum nisso e ele está lá, postado, para quem quiser ver. O que não admito é a forma como foi feito: escondido atrás do anonimato. Se estivesse lá também o nome do autor, receberia meus aplausos pelo sinceridade e pela análise. Afinal, sem a crítica fica difícil melhorar. Sempre tive problema com ela, mas, agora, depois de algum tempo em contato com os leitores, tenho problema se elas não existirem. Mas, como dar valor a algo que foi escrito por alguém que covardemente se esconde?
O segundo comentário foi o oposto deste. Veio por mail, como chegam boa parte deles, e tratou o texto como o melhor dos quase duzentos publicados aqui do Cinema e Bobagens. Achei um exagero e cheguei a responder, afirmando que não era bom. Que era, vejam só, um texto chato. Há pouco chegou a tréplica que, resumidamente, fala em religiões e seus reflexos desastrosos em nossas vidas. Perguntei se podia publicar e ela pediu sigilo. Percebam que o contato foi somente comigo, não público. Claro que respeitarei a solicitação - nem poderia ser diferente - e então fico por aqui.
O terceiro, que realmente causou espanto, teve também a chancela da covardia: o anonimato. Eu excluí porque continha ameaças e palavras que não devem ser usadas, exceto em uma literatura própria. Além dos erros gritantes de português (coincidentemente comuns nos dois protegidos pela covardia), afirmava que eu morreria por desrespeitar deus. (É claro que não vou responder ao sujeito, mas, se fosse, diria que respeitando morreria também. Ele não? Já temos alguns imortais entre nós?) e que se deus o ajudasse, faria com as próprias mãos. (Puxa, tomara que não ajude). Outro fato interessante: ele ficou irritado por eu ter escrito deus com letra minúscula. "É desrespeito", conforme disse. Pecado mortal, por certo, digo eu. Se escrever DEUS, todas maiúsculas, fico redimido? Se colocar em bold vou para o céu? Corpo grande, então, fico sentado ao lado do criador?
Conclusão: o que foi analisado, lido e julgado, não foi o texto, e sim a religiosidade. As agressões, a falta de caráter e de civilidade mostrada, não tratam das questões levantadas, tratam de suas próprias limitações, em suas mentes pequenas repletas de perversões perigosas. As posições tão antagônicas sobre um mesmo escrito mostram o quanto somos diferentes, e não falo, agora, em inteligência ou burrice, feio ou bonito, mas de índole. Como somos fracos e incapazes. Como cometemos crimes em nome de deuses, existam eles ou não. É lamentável. É preocupante. E o pior: isto tudo leva-me a crer que o texto está certo. Que a deusa Maionese Feita em Casa nos salve. (Sempre com letras maiúsculas, ou, já sabem...). Há uma distância razoável entre ironizar e matar.
Conclusão da conclusão: várias pessoas haviam aconselhado tirar os comentários do blog, já que, por vezes, trato de assuntos "divinos" e "políticos" e, infelizmente, quanto mais leitores (atualmente em torno de 2500 acessos/mês), mais problemas. Não quero correr o risco de ser injusto ou desrespeitoso com alguém. Então, já que não posso e não quero moderar nada, pelo menos por algum tempo dormirei tranquilo, com somente eu lendo minhas ameaças de morte. Críticas serão sempre bem-vindas, portanto, caso alguém queira xingar, falar mal, discordar ou, quem sabe, até elogiar, fique à vontade para usar o mail, ele fica aí ao lado.
Enfim, o texto é chato mesmo. Mas deu o que falar. Estou satisfeito. E, acho que é a Maionese Feita em Casa agindo, não estou com medo de ser morto pelas "próprias mãos", aquelas mesmas que cometem muitos erros gramaticais. Por sinal, o primeiro crime foi contra a nossa tão querida língua portuguesa.
Não é deboche, juro, mas estou quase sorrindo.
Que a Maionese me proteja.
Amém?

PS.
Ops. Descobri agora que quando desabilito os comentários, os antigos não ficam mais visíveis. Paciência. Perdoem ter dito acima que estaria disponível. Enfim, um falava que o texto era "chatinho", o outro eu havia mesmo excluído e o terceiro foi por mail.


Um comentário:

Anônimo disse...

bom comeco