A RBS (a saber, a maior empresa de mídia do sul do país, com inúmeros jornais, rádios e tvs, estas filiadas a poderosa Rede Globo de Televisão) possui um hábito não muito saudável. Como sou leitor do principal jornal do grupo, a Zero Hora, ouvinte de uma das rádios, Itapema, e espectador das TVS - Gaúcha e TV Com - e não me incomodo nem com a tendência assumidamente de direita do grupo, até por que acredito que toda a imprensa deva mesmo se posicionar politicamente, me permito fazer um breve comentário sobre um fato lamentável que considero uma triste anomalia. Ando saturado com o círculo fechado deste povo. O que acontece é simples: o pessoal da rádio irá fazer um programa de entrevista: o escolhido é alguém da TV. Esta, por sua vez, fará um documentário sobre a vida de alguém. O escolhido é do jornal, que por sua vez irá fazer um artigo sobre um livro, que será de algum autor funcionário da rádio. E assim acontece diariamente: uns entrevistando outros, que promovem outros ainda, e todos se reunindo para celebrarem o sucesso do primeiro. Há programas inteiros somente para promoverem os seus. Quando ainda o "sortudo" é bom, vá lá, mas, como num caso recente, a babação em um livro limitadíssimo de poesia chegou a doer. A coisa beirou o ridículo. Outra sacanagem (para usar um termo bem apropriado) : fazem um "concurso" na qual a condição para se participar é escrever um pequeno texto. Sai o resultado e o vencedor, além de ter erros gramaticais grotescos e um texto no mínimo duvidoso, é coincidentemente um produtor de comerciais para o próprio grupo. Qual o nome para isso?
É claro que tem muita - muita mesmo - gente boa trabalhando nos veículos da RBS e uma boa parte deles merece tais distinções, mas o que incomoda é que fora também têm bons autores, bons artistas, bons músicos que são deixados de lado, como se não existissem e não fossem importantes para nossa cultura. Creio que nem os leitores nem a empresa precisam disso. E não entendo a razão de fazerem. E o mais interessante é que (vejam a propaganda para reforçar o ponto mais carente) o slogan por um bom tempo foi: A vida por todos os lados. Mas a revelação final é que, pasmem, há vida inteligente além da RBS.
5 comentários:
Esse é um processo de marketing bem conhecido e com provas dadas. Constrói-se um mundo fictício que se promove a si próprio. É a táctica utilizada pelas igrejas, por exemplo. Têm os seus milagres, a sua Palavra indiscutível e só se promovem a si próprias. Os resultados são muito animadores...
No 100 Cabeças, na coluna da esquerda em cima, está uma imagem com o título "O Espírito da Coisa". Se clicares sobre a imagem entras directamente num bloge, o "Carapau Staline" que tem imagens dos meus trabalhos.
Beto, se estiveres interessado em utilizar uma das imagens dos meus desenhos no teu livro terei todo o prazer em ceder-ta a troco de nada. Se gostas delas ofereço-tas.
Gostei muito, principalmente da Bons amigos...
Oferta aceita. Mais perto falo contigo.
Obrigado.
vocês estão namorando?
acho que não...
hahahaha
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