Semana difícil, tempos difíceis. Procurei um filme pra me fazer chorar. É notório que choro até em comercial de sabonete. Tarefa fácil, portanto. Tudo se encaminhava bem: em cartaz, um filme com a Diane Lane - ela é dessas pessoas em que se pode confiar, seu rosto e expressão inspiram isso. Se a encontrasse, é certo que em minutos estaria confidenciando meus segredos mais sórdidos e bem guardados sem nenhum constrangimento. Isso é ótimo para um ator, pois, quando acontece, confiamos em seu personagem, acreditamos em suas falas e assumimos aquele ser das telas como se fosse real - e Richard Gere - na verdade, choro só de olhar o cara, talvez pelo Tibet, ou pelos cabelos grisalhos, dele ou meu, tanto faz - num drama chamado Noites de Tormenta, baseado em um romance de Nicholas Sparcks.
Estava tudo perfeito: lenço no bolso, pipoca na mão, cara de sofrimento e sentado bem no meio do cinema. Começa o filme. Uma proposta de reconciliação de um casal recém separado, os filhos revoltados e torcendo pela paz, o encontro inusitado da mulher (Diane) em uma pousada vazia com um médico (Gere) a procura de uma família a quem ele fez mal e bingo: o inevitável caso de final de semana. Pois o ex-prepotentedonodomundo vai embora paras as montanhas do Equador a procura do filho e começam as trocas de cartas onde as juras, promessas e outras besteiras mais são documentadas. Naquele romântico final de semana daria-se o início do que seria uma relação duradoura e recheada de amor e zelo. Algumas brincadeiras quase infantis da amiga dona da pousada e uma crise com a filha.
Este é o filme. A partir daí, ele termina umas três vezes, todas de maneira previsível e ruim. Nem o grande final (grande por acontecer no fim mesmo), com a morte do sujeito tentanto ajudar indiozinhos sem luz, água, comida e remédios nas montanhas equatorianas ajuda. Nem a redenção do filho do cara, nem da filha adolescente da triste e desolada, parecendo também adolescente, Diane, nada, enfim, emociona.
Talvez eu não saiba como fazer um bom filme, mas um ruim acho que vou lançar um manual. E esse citarei como exemplo. Como sempre faço, não vou perder meu tempo com ele. mas, devo observar, a trilha sonora é curiosíssima, pra não dizer boa. Sempre destaco, também, uma cena de todos os filmes que vejo, nem que seja pra guardar na memória, e com esse não poderia ser diferente: a cena é a que aparece o The End.
Não chorei, a pipoca estava horrível, tocou um celular dentro do cinema. Só dizendo: que merda!
11 comentários:
Bom, gostei de ter lido seu post, para eu pelo-amor-de-Deus nunca, nunca, nunquinha pensar em assitir esse filme. Imagino que alguém que chora em propaganda de sabonete não tenha chorado num possível drama, só pode ser muito ruim mesmo. Ahahahah.
Valeu a visita!
Fábio.
Beto descobri que temos o choro fácil em comum...talvez fossemos bons atores hahaha!
Mas que pena, o pior é quando o filme tem tudo pra dar certo e avacalha no final, embora tenha a impressão de que o Richard Gere caiu num clichê de si mesmo, ou é impressão minha ?!
Celular em cinema ou num show especialmente quando eu estou cantando, tenho vontade de parar a musica e esperar a pessoa atender... mas nem eu suporto tanto estrelismo.
Diane Lane? acho que contaria tudo pra Beth Davis...
Abração!
Robson, disse tudo o que eu queria dizer sobre o Richard Gere... É exatamente isso. Prá Beth Davis eu não falaria, teria medo..... hehe
Fábio, fique certo que não só economizará a entrada de cinema como qse duas hs de vida.
Ha Ha.. Um comentário só pra vc: Eu choro até em comercial de calcinhas! E realmente odeio assistir um filme com o intuito de chorar e apenas sair chateada ou rindo da babaquice do enredo... Ou o pior: da interpretação dos atores, que no meu caso chama mais atenção... tsc , tsc...
Vem cá, estou com a perspectiva de ficar esse fds todo só assistindo filmes bons, estou pegando uma matéria com conteúdo em cinema então acho que vou começar pelos clássicos, mas se tiver uma lista mais atual pra fornecer tb tô aceitando ;D
Bom, fica o desejo de que no próximo vc chore... ou então vá ao teatro, buscar algo diferente... hauahuaha
hahaha por que você acha que eu falaria pra ela e não pra Diane Lane?! não falaria né? hahaha
Abraço meu amigo
isso aqui ta cada vez melhor hein?!
Kauana, obrigado pelo desejo que eu chore... hehe...
Robson, melhor ninguém encontrar a Beth Davis... hehe
Seria difícil ir ao cinema ver esse filme (talvez em casa no leitor de DVD...) mas depois de ler o teu post juro: nunca, de forma alguma! O teu texto faz um retrato que eu reconheço. Já vi esse filme noutro filme qualquer. E também não gostei. Talvez a pipoca fosse boa, isso já não sou capaz de recordar.
:-)
Juro: achei que fosse o único a chorar com comerciais (nota fúnebre: o engraçado é que apesar desta disfunção não chorei no funeral dos meus últimos parentes que morreram).
O último filme que chorei ao assistir foi Ensaio sobre a cegueira, na cena em que o primeiro homem cego volta a enchergar. O penúltimo foi Terra fria, na cena do julgamento. Duas boas opções.
Um excelente fim de semana, Canales e volte com mais coisas pra gente conversar. Abraço.
Silvares, é bem isso: este filme já foi filmado centena de vezes.
Não vá mesmo, perda de tempo.
Felipe,
no Ensaio do Saramago,chorei qdo as mulheres iam em fila indiana ao encontro do estupro. Depois dali, não segurei mais. (apesar que não quero mesmo segurar).
diga lá, beto!
bacana o blog! gostei da maneira pessoal como vc escreve. umas idéias boas! estamos precisando de críticos, continue!
faço cinema e mantenho uns blogs, sendo um de cinema, q preciso postar mais coisas. mas sabe q ainda sinto uma dificuldade em escrever sobre cinema. acho q é lapidar a mão mesmo. vou escrever mais.
apareça por lá qqer hora!
abraço, zé
Obrigadão Zé Guilherme. Fico lisonjeado com a visita. Obrigado.
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