High Scholl Musical

Bem sentado domingo no cinema, um saco enorme de pipoca, meu filho de quase oito anos ao lado, pouco antes de começar o filme, lembro de um amigo: Silvares, uma pessoa com opiniões fortes e bem definidas, as quais tenho a satisfação de concordar com elas em sua ampla maioria e, dentro da minoria, estão os musicais. Eu definitivamente gosto e ele não gosta do gênero. Quando me dei por conta que estava em um cinema para ver um musical, e ainda por cima para adolescentes, não contive o riso. Claro que até reunir argumentos para "explicar" minha cara de surpresa, caso ele entrasse repentinamente na sala, eu tinha meu menino ao lado como desculpa. Eu sempre gostei, mas até para quem gosta, um infanto-juvenil como é o High School Musical, é um pouco demais.
Foi uma tarde de surpresas. Eu de má vontade e o filme ainda começa devagar. O saco de pipoca parecia cada vez menor e as cenas cada vez maiores. As letras das músicas para adolescentes não chegavam a atrapalhar. Algumas boas melodias e tal. Ótima coreografia e nenhum enredo. Mas, pasmem, do meio do filme em diante a coisa começa a andar. E começo a gostar, com alguma reserva, é claro, afinal, para meu filho sou um conservador, e fico compenetrado na trama. Bem, para algum novo e desavisado leitor, devo repetir que sou um notório chorão e, como digo, choro até em comercial de sabonete (Certa vez aconteceu no ursinho Puff, no filme chamado Efalante). Pois a certa altura fico com os olhos cheios d'água e, tentando manter a pose de super-pai-machão-durão-cheio-de-poderes-especiais viro lentamente a cabeça para observar se o menino tinha visto minhas lágrimas. Não é que ele chorava também? A cena deve ter sido muito engraçada, pois viramos os rostos ao mesmo tempo e nos deparamos surpresos com nossos choros. O garoto com os olhos inundados por um oceano perguntou:
- Pai, tu tá chorando? - Sem me virar para frente respondi:
- Sim, meu filho! - E ele sem deixar eu dizer mais nada:
- Eu também. Eu também!
Resumo: acabamos o filme os dois dançando sentados.
Conclusões: primeira, que se eu tivesse alguma dúvida quanto a paternidade não a teria mais depois do cinema, economizaria no DNA. Segunda, que para tudo tem hora, inclusive e principalmente, a de aprender com essa gurizada. Terceira, é que o Silvares não sabe o que ele está perdendo. Até musical infantil é bom.

15 comentários:

Adriano Queiroz disse...

Hahahah

Eu achei engraçado este post.

Não aguentei o "Efalante". Hahahahah

Esta sensação de pai e filho deve ser mágica e única.

Gosto pouquíssimo de musicais.

Qual é o blog do Silvares? heheh

Abraços.

Beto Canales disse...

Adriano, ter meu filho foi o que de melhor aconteceu comigo.
O Efalante é muito bom. Olha e tu vais gostar. hehe...

Clica em Silvares que vai até ele. É de Portugal. 100cabeças.blogspot.com

Cami disse...

Beto!
Criança muda a vida da gente mesmo.
Eu não tenho filho mas sim, um sobrinho e, depois dele voltei até a colorir desenhos, imagine.
Hoje sou uma palhaçona que quando estou com ele, vivo fazendo careta, falando besteiras, cantando musiquinha de criança embaixo do chuveiro e na hora de comer na mesa inventamos insetos e coisas nojentas para acompanhar os pratos, só pra dar um nojinho na minha mãe e na minha irmã. Hahahahah
É um barato mesmo, só que meu sobrinho de seis anos se amarra mais em filmes da Disney ou qualquer um que tenha carros e motos. Essa coisa de musicais juvenis ele é como a tia dele: odeia. Hehehehehe
Mas eu amo os clássicos musicais, viu!

Bá tu me deixou com uma saudadona do meu pequeno agora!

Beijo, Beto!

Biba disse...

oi beto, vim aqui retribuir sua visita ao meu blog. Sou assim mesmo, acho que a gente tem que olhar para o outro, retribuindo. Gosto muito de musicais e até fiz um post sobre Cantando na Chuva durante aquele período em que só chovia aqui na "colônia". Não tenho filhos, somente gatos, então não sei dimensionar essa relação mas me parece que a de você e seu filho é otima. parabéns!
Bju e Carpe Diem!!!

Anônimo disse...

Eu vi a cena dos dois se olhando e chorando.
Tem coisa mais bonita do que isso? Não tem.
Só uma criança pode nos brindar com esses momentos. E ainda por cima sendo filho, então... bá.
Lembrei de uma cena, agora: Eu fazendo a Jana dormir, depois da mamada - ela com 2 meses de idade. Eu havia colocado o abajur no chão, e as nossas sombras caminhavam pelo teto do quarto.
De repente ela dá uma risada bem alto. Eu levei o maior susto, olhei para ela e vi que ela acompanhava o bailado das sombras.
Mas o que me impressionou foi a intensidade da risada. Não sabia que um bebê poderia rir alto assim.
Crianças são um encanto. Ensinam muito e preenchem a vida da gente.
um beijo, beto

Nem Li disse...

TO PASMO.

Num creio que você chorrou no HSM.

HAUihaiu

Eu gosto de musicais...Vou assitir pra ver...Depois te conto.

Robson Schneider disse...

Beto
Amo musicais e meus filhos tambem. Se você não viu a nova montagem de Hairspray com o Travolta, não deixe de ver.
Quanto ao High School, preciso confessar, cochilei... Meus filho e sobrinho na cena final, puxaram as palmas no ritmo da música, a galerinha foi atrás e eu naquela de:
-Onde estou? quem sou eu?...
Abraço

Anônimo disse...

hahahahaha, fofo demaaassss!
ao contrario do Efalante, eu chorei com o filme do Tigrão haha, tem uma musiqueta do Ivan Lins com o Mauricio Manieri que é muito sweet hahaha, sempre que ouço me aperta o peito.

Também adoro musicais.


Beijos e beijinhos para seu pequeno.

Anônimo disse...

ah, dá até vontade de ter um.


sorte e luz e muito cinema. grande texto beto, porque é bem escrito e revela um momento belo demais.

Tânia N. disse...

Fofo...
Adoramos a sinceridade...não sabemos se teríamos a mesma...rs!
Beijocas,

Cara de 30 disse...

Morri de rir aqui...

Mas achei bacana isso. Somos (eu, você, robson...) uma sub-espécie em extinção, hein?! Parabéns pra nós! :P

Vâmvú disse...

Ótimo texto, Beto. Muito bem escrito e de uma sensibilidade imensa. Lindo o que narrou.

Eu sou suspeito porque além de fanático por musicais, também tenho filho (filha pra ser exato, rs) e que adora musicais também... Então sei muito bem o que é isso...
Muito bom, como sempre!
Abração

Jana Lauxen disse...

hahaha, boa Beto, essa foi boa.
Daria um doce para estar sentada na fileira de trás, só observando e me divertindo - muitos mais com vocês dois do que, propriamente com o musical.
Tá, admito: implico com esse High School etc.

Abração querido
:)

Germano Viana Xavier disse...

Quisera eu ter essa sensibilidade, Beto. Tenho um certo preconceito para com esse tipo de filme.

Um abraço forte.
Continuemos...

Letícia disse...

Bem, já assisti tantas vezes High School Musical porque sou professora de inglês e vem a velha história de aprender um língua cantando. E meu alunos me pedem: Professora, traz High School Musical. E levei, levo e levarei. E assisto com eles e aguento. Meu filho ainda não está nessa fase, mas já cantei muito as músicas de Toy Story, Aquela do Chocalate Quente do filme-animação Expresso Polar. Até já dancei com o Barney - aquele dinossauro cor de rosa. E meu filho acha perfeito. E para o bem de meu filho e guiada pelo DNA, danço e canto e fico muito contente. Sou a Julie Andrews quando meu filho precisa de mim.

E obrigada por visitar meu espaço literário.