Amor? (O Filme)



A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Escrever um texto sobre um filme antes que ele seja lançado, é uma resenha presunçosa ou não passa de especulação? Amor? é ficção ou documentário?
Poderia começar este post de diversas formas, mas, como bom glutão, começo com uma receita de bolo:

- 2 copos de farinha de trigo
- 2 copos de açúcar
- 1 colher (sopa) de fermento em pó
- 4 ovos
- ½ copo de óleo
Coloque tudo no liquidificador e leve ao forno em assadeira untada.


Pronto. Apenas isso. E sabem qual o segredo para que fique gostoso, macio, com aquela casquinha crocante e o cheiro irresistível? Além da mistura que deve ser feita com bastante vigor, claro, a qualidade dos ingredientes é o verdadeiro pulo  do gato. Escolha a melhor farinha, o melhor açúcar, enfim, o melhor de tudo, e o resultado estará praticamente garantido. Apenas um ovo estragado, porém, pode arruinar a hora do lanche, por isso, toda a atenção pode ser pouca. Existem fórmulas conhecidas, não infalíveis.
Eu acredito que tenha sido mais ou menos isso que fez o João Jardim (Janela da Alma e Lixo Extraordinário) no seu novo longa, com estreia marcada para o dia 15 de abril, em Amor? O Filme.
Ele selecionou um elenco excepcional, gente como Mariana Lima (gosto muito dessa atriz), Júlia Lemmertz e Lilia Cabral (espero que ela tenha desencanado da personagem Mercedes, de Divã), além de Claudio Jaborandy e Eduardo Moscovis. Com Lenine na produção musical, assinando a trilha sonora, e mais um time de técnicos que não devem fazer feio, uniu todos e misturou com uma excelente ideia: um documentário/ficção, ou uma ficção documental.
Enfim, seja lá o nome que tiver, é um passo e tanto para o sucesso, não somente pela forma simples, mas também pela originalidade: depois de um ano de pesquisa e 50 entrevistas gravadas sobre amores conturbados, violentos e todas as consequências que esse tipo de relação produz, foram selecionadas oito relatos e, nesses, os protagonistas reais de cada história foram substituídos pelos atores que, outra ótima "sacada", não fizeram laboratório ou pesquisa sobre suas personagens, detalhe que certamente dará mais autenticidade na interpretação dos textos.
Some ainda alguns cuidados como o título (Amor?), com aquele ponto de interrogação a duvidar de todos e, talvez, até de nossa própria capacidade de amar. O tema, insuperável no quesito "tempo decorrido", que, apesar de ser um eterno clichê permitido, ainda causa verdadeiro frenesi na maioria das pessoas, além das cenas de pura poeticidade, intercaladas durante os relatos. O resultado não será outro, senão um ótimo trabalho. É chutar e ir para o abraço!
Resumindo, creio termos, como o resultado do meu saboroso bolo, garantia de um bom filme. Chego a pensar que o cinema argentino, um dos melhores do planeta, anda influenciando positivamente os cineastas brasileiros com sua maior virtude: a simplicidade. Ou, talvez e ainda melhor, nosso cinema está enfim amadurecendo. Criei uma expectativa positiva quanto a esse lançamento. Fiquei ansioso como fico à espera do próximo filme do Campanella. Mas, certezas e detalhes desvendados, somente no dia 15. Ao escurinho, portanto!
Várias maneiras para começar e uma única, pelo ineditismo da ideia, para terminar: boa sorte e vida longa a "Amor?".



5 comentários:

Onofre Dias disse...

ok. Mas, me faça entender: se o filme ainda não entrou em cartaz, como tens essas informações?

Onofre.

Beto Canales disse...

Olá Onofre.

É que Júlia Ribeiro, da divulgação, mandou-me o pressbook do filme, como sugestão de post. Como achei muito interessante, fiz o texto.
Tvz eu devesse ter salientado isso.

Bolacha Maria disse...

Beto: vou conferir as duas coisas: a receita e o filme. Valeu! Abração e Bom Finde.

Letícia Palmeira disse...

E já senti vontade de ver o filme. Eu não suporto críticos de cinema, mas você eu aguento. Mesmo sendo resenha antecipada ou sei lá o quê.

Beijo.

André disse...

Eu acho que esse amor vai desandar. Daí o ponto de interrogação.
O amor desanda msm?