Cícero, do povo cíceros



Meu amigão, esta máscula figura aí acima - acreditem, não tem photoshop -, aquele mesmo que afirmou que o Guion (uma rede aqui do sul) é um cinema que homem pode beijar homem na boca mas não pode comer pipoca, noite dessas disse que tinha ficado zangado, e por isso não havia mais feito comentários por aqui, com um post chamado Bolsa Cerveja que escrevi. É certo que chamo este meu amigo de "sindicalista de direita", talvez pelos seus cafés da manhã com o ministro do trabalho ou... , sei lá. Mas, brincadeiras à parte, isso me incitou a escrever não sobre esquerda, direita  ou centro ( leia-se muro) mas sim sobre o direito, ou dever, de perguntarmos.
Acredito que aquele que é oposição, ou seja, seus ideais políticos não são a base de quem governa, tem a obrigação de indagar os atos do poder. O questionamento é não somente uma forma de pressão como também uma espécie de fiscalização. Inclusive sobre o que vai bem devemos incansavelmente investigar. Se for situação, aqueles com os quais comungamos os mesmos ideais, este questionamento deve ser ainda mais severo. Existem muitas possibilidades de erro, milhares na verdade, e quanto mais cada ação for exaustivamente discutida, mais chances de acertarmos. Afinal, seremos co-responsáveis caso algo de errado.
Não vou falar novamente do Bolsa Família, mas simplesmente citá-lo como exemplo: apesar de ser um ato comum aos governos ditatoriais e de direita - resume-se em um tipo de paternalismo -, onde o estado ao invés de oferecer aquilo que é sua obrigação, como condições para o trabalho, saúde, educação e acesso a um salário digno entre outras coisas, doa no final de cada mês o suficiente para o sujeito não morrer de fome, que obviamente não morre, cumprindo o projeto, então, a finalidade para que foi criado. Sobre este aspecto, tudo legal. Minha dúvida no post anterior e de agora é se isso realmente é saudável, tanto para quem recebe (creio que o fato de uma parte do povo não morrer faminto seja bem-vindo), tanto para quem paga. Sabe-se que os governos não produzem nada, portanto, todo dinheiro que gastam são gerado, pruduzido por outros. Quem paga isso afinal? Serão os mega-empresários com suas imensas fortunas? As igrejas? Os abastados políticos? Ou a classe trabalhadora, que rala todo mês e anda por aí pendurado feito frango no matadouro no transporte coletivo? Que anda com o dinheirinho amassado no bolso? Que almoça comida fria na obra mesmo?
Eu não sei a resposta para isso e nem para o que foi dito acima. Sei que todo esse povo não pode passar fome, mas não se essa é a melhor forma de saciar essa mesma fome. É claro que somente a iniciativa já deva ser aplaudida, afinal, ao menos estão tentanto e, na verdade, fazendo. Mas - aí que entra a questão -, independente do mérito, por que não questionar? Qual a vantagem de fecharmos os olhos para o que fazem, mesmo se concordamos? Será perfeito o plano? Não terá nada mais a melhorar? Nada a acrescentar? Se acharmos que estamos fazendo algo perfeito e sequer questionarmos, não estaremos errando somente por isso?
Volto a lembrar que a questão não é a posição política nem os méritos do Bolsa Família, e sim o direito (eu creio que seja dever) de perguntar. Se está bom, tentaremos melhorar. Mas para isso temos que conhecer, temos que saber. E como termos respostas se não fizermos perguntas? O conhecimento deve ser dissiminado entre todos. Quantos mais souberem, menos achacarão.
Confiar em um governo é uma coisa, não questioná-lo - seja ele qual for - é um perigo. Àquele que se candidata a vida pública, já sabe de antemão (ou deveria saber) do direito a informação dos governados, e deveria fazer disso uma bandeira de lutas, como os políticos mesmos gostam de dizer. Fiscalização é parte atuante da democracia.
Perguntar! Isso que defendo. Em tudo: nas artes, na política, na vida. Os que sabem que respondam.
Mas, enfim, acho que para meu amigaço voltar a fazer comentários e não ficar mais zangado comigo, eu deveria falar bem do Lula e pensei, então, em salientar a barba bem aparada do presidente... Brincadeirinha! Gosto do Lula, não gosto é do Inácio.

12 comentários:

Anônimo disse...

wow, very special, i like it.

Anônimo disse...

very clever.

Anônimo disse...

very clever.

Jana Lauxen disse...

"Confiar em um governo é uma coisa, não questioná-lo - seja ele qual for - é um perigo".

Rapaz, é exatamente isso.

O maior problema (eu acho) é que as pessoas sequer sabem em quem votaram no último dia 5.
Logo, não tem nem mesmo uma base para formular uma pergunta.
A maioria sequer tem perguntas a fazer.
E o pior é que não me refiro aqui ao trabalhador pobre e ignorante, sem acesso ao mínimo, não!
Falo de amigos meus, universitários, pós-graduados, pessoas que DEVERIAM pensar, pois tiveram a oportunidade de aprender a perguntar.
Mas aí a conversa se aprofunda demais.
Vamos parar por aqui.
Hehehe.

Abraços

Anônimo disse...

thats amazing story.

Robson Schneider disse...

Bem isso me faz pensar na nova moda americana que em breve chegará aqui - se depender da Globo e da Mirian leitão - "falta de liquidez" banqueiros pedindo ajuda do governo... Tadinhos, pelo menos o Lula não deu mole ai né? prefiro acreditar que foi com boa intenção... Será?

Angela disse...

Essa é uma boa polêmica. Tb acho que esse paternalismo não tá com nada, mas por outro lado, não dá pra pensar em nenhuma outra poposta, seja ela qual for (por melhor que possa ser) pra um povo com fome. A questão agora é se este governo pensa ou planeja fazer uma passagem do mero assistencialismo para algo mais construtivo - saúde, educação, etc. Ótimo, se assim fosse...O povo Cíceros (admirável, por sinal) e sua invejável lealdade e otimismo estaria a frente de uma grande mudança. E essa seria uma forma de Inácio reaproximar-se, ou melhor, reencarnar nosso saudoso Lula. Não achas?
Angela

Cícero disse...

Quero dizer que nunca estive neste local e uma pessoa que nasceu no Alegrete jamais usaria uma sombrinha rosa, deve ser montagem o que é muito comum na internet até porqu eu não acredito que aqueles caras tenham....beixa pra lá.
Mas sobre o tema é muito fácil meter o pau nos impostos...por sinal é o que a direita faz todos os dias em todos os jornais "nacionais" e “zeros horas”. O pior é que o argumento de quem paga imposto é rico para dar dinheiro a pobre nem pega mais. Já está mais que provado que os impostos pagos pelas classes mais baixas são muito representativos no Brasil, ainda mais depois de 8 anos de recuperação significativa das camadas mais pobres. Mas é assim mesmo, falar mau do Lula de sua política, dizer que o Governo não produz nada é muito fácil (o que está errado até porque estatais como Eletrobras,Itaipu, Banco do Brasil, Caixa Federal, Correios, etc, etc, produzem, e muito). O difícil é defender um sindicalista como eu, que chega no poder e pra desespero das classes dominantes (que normalmente tem blogs) está fazendo o melhor governo que o Brasil já teve. E sobre não ler teu blog eu te menti, gosto muito dele, até porque quem lê toda a semana Diego Mainardi conhece bem a opinião da direita.

Anônimo disse...

Oi.
Vim agradecer os dois parabéns deixados por você, lá no blog da Jana.
Eu sou, realmente, abençoada com essa filha.
Se você não se importar, vez por outra aparecerei, para ler teus textos.
Gosto muito de tudo que vocês escrevem.
Sobre o bolsa-família...
Agora fiquei pensando o que poderia dizer a respeito dele.
Pois olha, uma vez alguém disse que essa ajuda governamental poderia incentivar pessoas a terem mais filhos, para ganharem mais.
Eu não duvido disso, apesar de ser um desastre sem tamanho.
Governo paternalista já foi bom. Hoje em dia, há necessidade de se modernizar a maneira de governar. E nada mais moderno do que dar educação e saúde ao povo - mas de verdade, não essas mentirinhas que temos visto por aí.
Chega.
Preciso me policiar, senão falo demais.
abraços

Beto Canales disse...

Hehehe... funcionou.

Anônimo disse...

Vou colocar os meus serviços advocatícios à disposição do sindicalista Cícero Kassab. A foto só pode ser montagem. Ele jamais ficou com os pés juntos e calçando um par de tênis bamba. A sombrinha não é nada perto dos pés... e do tênis. Onde vamos parar. E aquela bolsa, tamanho família?! É uma linguagem subliminar que agride a figura do sindicalista.

Abraços em todas

Cel.So

Anônimo disse...

olá.


acredito que a democracia existe para que a população analise e tire suas próprias conclusões, acredito que se deve respeitar o direto que cada um tem de escolher, claro que quando existem partes opostas nunca se chegará a uma unanimidade, mas acho que é possível transformar o questionamento em evolução.


sorte e luz.