Tem uma maneira fácil de identificar os filmes de Woody Allen: diálogos. Sempre longos e bem feitos. Na verdade, eles conduzem a história. Às vezes quase não precisaria de imagens, tão bem fundamentados eles são. Mas um filme sem imagens... Bem, em Vicky Cristina Barcelona não é diferente. E, além deles, há ainda uma narrativa. O filme todo é contado. Literalmente vê-se e escuta-se a história. Na verdade, não ficou chato nem poluído demais. Ficou interessante e bastante diferente.
O enredo fala de todos os contemporâneos em qualquer cidade. De pessoas ditas modernas, liberais ou conservadoras. De gente urbana com problemas que passam longe da fome e do medo de ser assaltado a qualquer instante, mas que também têm os seus "buracos" e por vezes graves, mas se passa ao largo deles. Talvez isso tenha me incomodado um pouco, por parecer tratar somente do externo, do visível. Quando iria aprofundar-se: pimba. Cena nova, conflito novo. Mas pode ter sido somente impressão. O argumento não é estilo Allen. Ele vaza, escorre por entre as falas, não é explorado como deveria.
O fato de ter sido filmado longe de Nova Iorque creio ter enriquecido a obra. Não só pela beleza de Barcelona, que com seus monumentos e prédios assinados por Antoni Gaudí já valem o preço do ingresso, mas também pelo amarelo do sol, pelo calor sensual, que certamente ajudou - e muito - no sucesso da obra. As pinturas que aparecem no filme ouso, mesmo não sendo um conhecedor de arte - e provavelmente até por isso -, afirmar que não gostei. Sei lá. Me pareceu tudo um pouco forçado demais.
Bem, o elenco: Scarlett Johansson e seus lábios, Javier Bardem e sua competência, Rebecca Hall, muito bem e constante e, áhhhhh, e Penélope Cruz, linda, escabelada, gritona, performática, maluca e perfeita. Quando ela fala em espanhol no filme é bárbaro. Até os urros são fáceis de entender. É maravilhoso. Uma mulher como aquela não precisaria fazer nada: ficasse ela parada, respirando somente, os 96 minutos e já estaria bom. Mas não. Ela ainda interpreta. E bem. Magnificamente bem. Sei que não devia falar assim, mas não sou eu que falo, é o instinto de macho que mora em mim. É minha masculinidade. Parece que ofenderia a honra de todos os homens da terra se não repetisse dezenas de vezes: linda. Linda. Linda. Mas não vou exagerar. Vou (linda!) parar por aqui pois corro (linda!) o risco de ser piegas.
Resumindo: misturar Barcelona, Gaudí, Woody Allen e um elenco desses não dá para deixar de ver. E no cinema, em DVD não terá o mesmo efeito.
Linda!
14 comentários:
Não sou nenhuma especialista em cinema, muito menos em Woody Allen... não teria essa pretensão. Mas gosto muito. Tenho descoberto o universo dele e tenho adorado todos os filmes.
Quanto à Vicky Cristina Barcelona, realmente há cenas sobrepostas, mas acho que isso gera o conflito no espectador... não acho que tenha ficado na superfície... as dúvidas dos personagens refletiram diretamente em mim e isso é Woody Allen.
E Barcelona e Gaudí dão ainda mais poesia ao filme e um ar meio Almodóvar.
:)
Beto,
Já me falaram hiper bem deste filme. Preciso ver urgentemente.
Adorei sua descrição da Lady Cruz.
Muito boa. Hahhahah. Além de linda, interpreta.
Abraços.
mas ela é linda mesmo, fazer o quê!
Cadinho RoCo
Meu sonho é passar uma tarde no apartamento do Woody Allen, com a Diane Keaton fritando bolinhos e ouvindo discos de jazz.
Vou conferir.
Beijo Beto.
:)
1 - adorei o filme. Adorei a trilha sonora.
2 - te adicionei.
Beto voce salta de mulherlouca em mulher louca, louca de deixar não de ser....
Penélope deslumbrante, mas em castelhano definitivamente LINDA.
Se eu fosse amiga da Penélope queria ser lésbica; olha foi a forma mais radical de dizer como gosto dela.
By the way, manda um beijo meu pra ELA, ELA não ela.
Abraço
Definitivamente uma visita ao grande ecran
perfeito!
em breve tb terei um blog sobre cinema
...
c me animou ainda mais!
abraços
>>
Ótimo texto, Beto. Me deu mais vontade ainda de ver. Sou fã de Woody Allen e adorei a idéia da Jana. Imagina, passar a tarde no apartamento dele, ouvindo jazz, com a Diane Keaton fritando bolinhos... dai só faltava mesmo Penelope Cruz sentada no sofá em frente... linda!
Abração
Dica anotada.
Abraço, Beto.
Continuemos...
Bem, se vocês homens,TODOS, acham a Penélope linda, então eu também acho. Linda!
Tô brincando.
Eu continuo me expondo escandalosamente nesses meus comentários no teu blog, porque não sou fã de filmes, e, claro, não entendo nada, não conheço ninguém e não tenho competência nenhuma para falar sobre esse assunto.
Mas como gosto de palpitar sobre qualquer coisa, aqui estou eu, herética, falando fiando.
Já vi um ou dois filmes do Woody, mas já faz tanto tempo que nem sei mais os nomes. Mas lembro que, na ocasião, gostei muito do baixinho.
Beto, estive lá no 3AM e li o teu Quimica Divina.
Tão humano que chegou a doer. Porque tudo tem que ser assim, duro, real, nada divino...?
Mas é um retrato de tantas vidas, por aí, e muito, muito bem escrito.
Parabéns.
beijo
Woody Allen é sempre muito bom.
sorte e luz.
Também adoro a PÊ (dos mais íntimos), ainda mais deposi que olhei "Volver", um filme muito legal!
Bom, já estou desesperado para olhar esse filme...
Abraços.
Fábio.
Outra coisa que sinto ao ver os filmes do Woddy Allen: Ele fala tudo que penso. As coisas mais ridículas como o que as mulheres conversam no banheiro, homens comprando roupa íntima, traição e passear com cachorro em dia de chuva. Não vi este filme, Beto. Mas, pelo que li, vou me encontrar em alguma cena ou em todas. Gosto do Woody Allen. Ele é engraçado. Tem gente que adora dizer que ele é intelectual e não sei o quê. Eu acho engraçado. Uma martelada no dedão. E o meu favorito é "Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar." E Match Point não é bem o meu estilo Woody Allen. Mas gosto de todos os outros. E gosto das suas críticas. E deve ser bom ver a Penélope Cruz falando espanhol e fumando. E tem João Pessoa no texto. Você fala de um filme e fala do mundo inteiro.
Beijos.
Linda e postulante a dona de um globo de ouro pela performance. Abraços, Canales.
Postar um comentário