Viagens



Quando idealizei este blog, a ideia era escrever sobre cinema, contos e algumas crônicas. Não pretendia falar sobre viagens - apesar de ser um inveterado e apaixonado viajante amador - porque isso sempre me pareceu um tanto pedante. Algo exibido, até. Frases como "recomendo um restaurante pequenino e ótimo, onde se come bem por 50 euros" sempre me pareceu um escárnio. Mas, sempre tem um "mas", ainda bem, da mesma forma como nunca postei um conto aqui, apesar do anúncio no subtítulo, pretendo, enfim, escrever sobre viagens.
Sem, claro, dicas de restaurantes baratinhos onde se come bem por 50 qualquer moeda, ou hotéis fan-tás-ti-cos e suas toalhas quentes. Até porque, óbvio, esse não é meu turismo.
O que pretendo, e espero conseguir, é registrar impressões, sabores, sentimentos. Registrar a sensação de ver algo belo, de perceber uma lágrima faceira desabar rosto abaixo frente ao inusitado, do aperto na barriga junto a uma situação extrema. Também do medo ao desconhecido, do prazer da conquista, da sabedoria que cada lugar traz ou proporciona. Enfim, pretendo não ser um guia de turismo, mas mostrar o que uma viagem é capaz de fazer com uma pessoa. Ou, para ser mais preciso, comigo mesmo.
E não é pouco. Já disseram, e não custa repetir, que ninguém volta o mesmo depois de uma viagem. Nada além da verdade. Vamos um, voltamos outro. E um outro melhor, mais sábio, mais eterno. As viagens nos eternizam, nos espalham, nos dividem.
Conhecer outros povos ou uma pessoa qualquer, como ela vive, como pensa, como nos vê, como nos sente, é impagável. Cada detalhe, cada prédio, cada palavra mal pronunciada, cada situação desconhecida, constroem a base para a transformação. Muda quem vai, muda quem recebe.
Creio que o turismo seja um dos poucos negócios onde todos ganham, falando não somente de dinheiro, mas também de experiência, conhecimento. É um verdadeiro combustível, um gerador de empregos que movimenta toda a cadeia produtiva, na economia; e um gigantesco professor em se tratando de experiências. Quando se divide isso, o saber, na verdade estamos multiplicando. Se alguém me passa uma vivência própria, isso não diminui o seu conhecimento, mas aumenta o meu. Nós dois saberemos. Esse é, sem dúvida, o efeito mais prazeroso de uma viagem: a soma.
Explicações dadas, não percam, em breve, sensações de um deslumbrado mundo afora.
Até!


5 comentários:

Onofre disse...

No aguardo.

fab disse...

Ainda faço isso.

Letícia Palmeira disse...

Também gosto de viajar.

E por que não publica contos aqui? Quem guarda com fome, o gato vem e come. =)

Beijo especial "no coração".

Silvares disse...

Introdução feita, aguardamos o 1º capítulo!

Fátima El Kadri disse...

Que ótimo, Beto! Não dá para guardar experiências tão ricas como as de viagem só para si... concordo contigo que os textos dos guias de turismo parecem um pouco arrogantes, mas é preciso compartilhar as particularidades de cada lugar para que todos possam desfrutá-lo, seja indo até lá ou apenas por meio de palavras ou imagens.
Espero acompanhar suas aventuras e escrever as minhas.

obs: visite o meu blog: www.inspiracoesesuspiros.blogspot.com

Abs,
Fátima